• "Um blog do cacete!" - Folha de São Paulo

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    domingo, novembro 28

    TSF online: mensageira do demo ou e-zine satírica?

    Oh, não.

    fomos.

    Meu Deus...

    Ah, ufa!

    Podem ler só as gordas. Nem na Inépcia conseguiriam melhor. And here it is, your moment of zen.

    sábado, novembro 27

    Teste de Semana #2: Veredicto. O universo de votantes dos Testes da Semana não está em expansão

    Ouçam o grito do ardina! Ouçam o pregão a anunciar o completar de mais um ciclo de Testes da Semana.
    O Teste da Semana finado foi deveras revelador. Num credível universo significativo de 7 votantes, 71% demonstraram encarar o projecto Polis de forma positiva devido às raspas de cenoura que tinham no cabelo na altura da votação, o que comprova uma inequívoca relação, que eu sempre defendi - entre o beta-caroteno deste legume e o desenvolvimento regional: são portanto dois factores indissociáveis, e pelos vistos não sou o único que pensa assim. Um votante (14%) aludiu às suas noites mal passadas na companhia onírica do queixo de José Luís Arnaut (OK, é melhor transcrever a alternativa de voto senão ninguém percebe nada: "c) Não concordo com José Luís Arnaut porque o seu grande queixo me deu pesadelos vai para três vezes"), e um outro votante (com outros 14%) seleccionou a hipótese "b) Discordo, porque não gosto de dinheiro". Eu cá preferia ter pesadelos com o queixo de Arnaut do que renegar o dinheiro desta forma, mas eu só faço os testes e vejo o que acontece. Ninguém concordou com o cancelamento do Polis.
    Para esta semana, proponho-vos um pequeno desafio. Vão a este site e procurem explicar de uma vez por todas ao público português, deixando o vosso parecer ali ao lado no Teste, o que aconteceu, afinal, a António Sala, e porque é que ele está na secção de "notáveis" do PTVip.

    sexta-feira, novembro 26

    Como o proletariado se vinga de alguém que o subestima. Podia ter sido pior: ele tinha um canivete no bolso

    Os clientes das tascas são portadores da sabedoria no seu estado mais puro. Hoje, numa tasca onde fui jantar com o meu pai, um homem que se sentou ao nosso lado explicou-nos tudo sobre a pesca do bacalhau ("Isto agora o bacalhau não presta, é pescado, aberto e atirado logo para a cave do barco"), o processo de fabrico do presunto ("Quarenta dias certinhos ao fumeiro"), e a formação de bolor no pão ("Já deixou algum desses pães de agora uns dias por aí?"). Claro que pensei de cima, desdenhando a sua necessidade de mostrar a popular sabedoria manual: "Mais um bêbedo das tascas que tem a mania que quem não cava a terra é porque não trabalha e que no tempo dele o mundo era uma maravilha e agora é a espiral do inferno". Até que ele se sai com esta: "E tu, que és mais novo, sabes qual é o animal que tem as patas na cabeça?"
    E eu, distraído, sem a guarda subida, caí que nem um patinho. Esta é muito velha, eu sabia-a, já a tinha visto nos pacotes de açúcar Nicola. Foi um pequeno castigo, merecido, ver o velhote a rir-se às minhas custas.

    (O piolho.)

    sábado, novembro 20

    Teste da Semana #1: É incrível a quantidade de gente famosa que supostamente morreu mas que afinal está viva

    O que acontece quando uma semana chega ao fim? Acertaram: é revelado o resultado do Teste da Semana do Zoociedade.
    Esta semana, uma análise estatística dos votos do teste revelou que exactamente metade da população acredita piamente na hipótese de Yasser Arafat, Lady Di, Elvis e Henrique Mendes partilharem um apartamento na Boavista, num ambiente descontraído de residência universitária. Como a voz do povo é a voz de Deus, faz todo o sentido que esta hipótese passe de absurda a inquestionável, ainda mais depois de ouvir a minha vizinha dizer que o vinho que Elvis trouxe "lá da terra" é uma "autêntica pomada". Sendo a minha vizinha professora de Religião e Moral, e a avaliar pelo que acontece pela altura das vindimas numa residência universitária padrão, julgo estar mais que comprovado que Arafat sobreviveu aos tormentos do hospital militar de Percy em Paris. Os restantes votantes consideram, erroneamente, que Arafat faleceu, embora houvesse divergências quanto ao último órgão a deixar de funcionar. O fígado e a sobrancelha esquerda ficaram em ex-aequo com 20% dos votos, e apenas 10% dos inquiridos atribuiu a cessação de actividade ao baço de Yasser.
    Para esta semana, proponho aos leitores que se pronunciem acerca do cancelamento do projecto Polis e, já agora, sobre José Luís Arnaut (Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação, Desenvolvimento Regional e dos Ministérios Com Nomes Compridos) e a sua opinião, que podem ver sintetizada neste artigo.

    PS: Eu não disse que ia ressuscitar o blog? Olhem as raspas de cenoura ali. Agora já só falta ter poucos visitantes para voltar ao antigamente!

    quinta-feira, novembro 18

    Re-tardamento

    Estou longe de querer encetar uma discussão acerca da qualidade da música portuguesa. Uns gostam, outros não, mas aqueles que não gostam, mesmo não sabendo, têm um poderoso argumento a seu favor. Falo, claro está, da Re-Tratamento dos Da Weasel. Não da música em si: há quem vibre com o free jazz mais desconexo ou com a guitarrada mais dark, por isso acho que é perfeitamente possível haver gente que goste deste som. Mas a letra e o vídeo, bom, isso são outros quinhentos. Serei subjectivo na minha análise desta questão, o que não será problema nenhum uma vez que desta forma é respeitado em pleno o funcionamento da escola portuguesa de jornalismo.
    Vejamos:

    "Vou levar-te para casa, tomar conta de ti
    Dar-te um bom banho, vestir-te um pijama"

    Começamos por verificar que Pacman se apaixonou por uma mendiga. Isto promete. Adiante.

    "Fazer-te uma papinha, meter-te na caminha
    Ler-te uma historinha e deixar-te bem calminha"

    Consta que Pacman queria escrever "E dar-te com o meu pilão", mas não rimava. Quando o produtor o informou que "pilinha" já rimava, Pacman tornou-se agressivo e perguntou "O que queres dizer com isso?" com um ar muito nervoso e irritado.

    "Faz-me rir e eu prometo que não te faço chorar
    Trata bem de mim e eu bem de ti vou tratar"

    Odeio este tipo de rimas. Se não sabes rimar, então não te ponhas a músicas cantar, dasse!

    "Podes usar e abusar, tipo brinquedo favorito
    Mas tem cuidado por favor, não o deixes partido"

    O teu parte? O meu só dobra. Siga para bingo, agora vem a cereja no topo do bolo:

    "Senta-te aqui vou cantar-te um som
    Doce como tu, como um bombom"

    Fantástico. Poético. É fácil encontrar mais alvos fáceis ao longo da música (procurem que encontram), mas entretanto lembrei-me do vídeo e a irrigação sanguínea do meu cérebro parou. A visão daqueles dois a jogar xadrez como um boi olha para um palácio deixou-me em estado de choque, por isso vou ter que parar de escrever.

    Desculpem-me. É que me sinto ultrajado por estes gajos terem ganho o Best Portuguese Act da MTV.

    domingo, novembro 14

    Cerimónia solene de abertura dos Testes da Semana (venham de smoking)

    Só faltavam os Testes da Semana, mas agora nem isso falta. Sairão todos os sábados. Estive quase para escolher o domingo, mas esse é o dia da semana em que visto o meu fato de treino de pele de pêssego e os sapatos castanhos e erro pelas ruas da cidade no carro ou pelas grandes superfícies comerciais a .
    Os leitores mais assíduos do Zoociedade 1 dirão "Tenho a impressão de faltar qualquer coisa... Qualquer coisa, não sei o quê". Estou quase a meter a quinta, também isso voltará quando a rotação o justificar. Entretanto, abram as hostilidades com este teste e expliquem de uma vez por todas que raio se passou com a saúde oscilante de Arafat.

    Do escutismo e outras idiotices

    Ao observar umas cartas geográficas do exército em que estou a trabalhar, encontrei uma aldeia chamada Pardieiros, que fica lá para os lados da Serra do Açor. Bom, não encontrei a aldeia em si, apenas a sua representação à escala, e se a isso adicionarmos o facto de as cartas estarem em formato digita, o que torna o já impessoal mapa numa amálgama de cores virtual, rapidamente verificamos que não encontrei coisa nenhuma. Mas isso não me impediu de voltar atrás no tempo e recordar uma semana em que acampei lá perto, quando andava nos Escuteiros.
    Lembrei-me portanto das tendas montadas no meio do mato, do meu baptismo de Escuteiro, que terminou com uma perna encharcada e uma costela quase partida, da caça ao javali no meio da noite com cascas de melão espetadas em paus, do jogo de pista que nos levou a outras duas aldeias próximas (Monte Frio e Relva Velha, ainda sei os nomes apesar de não as ter encontrado no mapa), do nosso monitor (o Barbas), de um grande amigo na altura que nunca mais vi e agora é advogado em Lisboa, daquela vez que encontrámos umas cuecas de rapariga na tenda dos rapazes, de nos rirmos dos peidos de outro miúdo à noite na tenda, de irmos ao fim do dia falar à família no telefone mais próximo (que ficava num café em Pardieiros), das cantigas à volta da fogueira, e dos meus inocentes tempos de Lobito.
    Por tudo isso, ao ver "Pardieiros" no mapa, deu-me vontade de parar o que estou a fazer para ir rebolar na relva e brincar numa cabana de madeira. Mas depois lembrei-me que num pardieiro já eu vivo e que já sou labrego que chegue, por isso vou mas é continuar a trabalhar.

    sexta-feira, novembro 12

    A perspectiva nasal do casamento

    Quando o meu pai me disse que queria oferecer um perfume à minha mãe no seu aniversário, fiquei preocupado. Fiquei preocupado porque o meu pai usa bigode, o que o insere automaticamente na categoria de pessoas com gosto duvidoso, e o mau gosto em pilosidade facial pode extrapolar-se para mau gosto em perfumes.
    Mas quando o meu pai disse à empregada "Quero oferecer um perfume à minha mulher, que não gosta de perfumes doces" e começou a especificar as características do odor pretendido, fui invadido por uma sensação de admiração. Não sei bem porquê, mas acho que teve a ver com o facto de reparar como o meu pai conhecia bem a minha mãe, e como isso é bonito num casal. E como as pequenas coisas podem ser importantes, sei lá. O que é certo é que, durante um bocadinho, respeitei o meu pai.
    Mas felizmente tudo voltou depressa ao normal quando o meu pai me disse "Olha, vai corrida a Boss".

    quarta-feira, novembro 10

    A volta dos que não foram

    Pensei em começar por dizer "Espantados?", mas temo que o plural seja inadequado, uma vez que, lá mais para os dias do fim, o único leitor do primeiro Zoociedade era o contínuo coxo do Departamento de Química da minha universidade, se bem que a sua assiduidade se devia mais à inalação dos gases tóxicos libertados pelos laboratórios do que à qualidade do conteúdo do blog. Mas a realidade é esta, o Zoociedade voltou, e como devem ter reparado pelo brilhante trocadilho do título (2oociedade - fantástico, hein?), voltou em força.
    Para aqueles que não acreditam na vida depois da morte e olham com cepticismo para a ressureição do Zoociedade, tenho a dizer-vos que nunca duvidem do poder dos rituais satânicos à base de sangue de cabra, cabeças de galinha e vísceras animais diversas. Foram estes os principais responsáveis por trazer este blog do além, ocorrência a que uma autópsia inconclusiva e um coveiro alcoólico também não foram alheios.
    Como podem ver, o formato "mancha de texto com muitos links, que fixe" também voltou, apesar de isso me dar uma trabalheira do caraças. Mas este é um blog de serviço público e, afinal de contas, o contínuo merece.