• "Um blog do cacete!" - Folha de São Paulo

  • "A resolução que recomendo para a leitura deste blog é 1024 x 768." - Stevie Wonder
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    sexta-feira, dezembro 31

    Porque é que eu tenho a impressão que as pessoas acham que este blog é excessivamente negativo? Se calhar preferiam que o blog fosse pedófilo, não?

    Depois de um ano de crise económica, de governos nacionais instáveis, de censura, de guerra, de pedofilia, de vitórias do Bush, de terremotos e tsunamis, de flutuações do preço dos combustíveis, de precaridade económica a nível mundial, e de lançamentos de DVDs dos Gato Fedorento, como foi 2004, é difícil imaginar um ano pior. Por isso, tudo aponta para que 2005 seja um ano bem melhor, o que me deixa em maus lençóis por me retirar os argumentos negativos mais comuns para vos fazer crer que o ano vindouro será péssimo. Mas no seguimento da minha atitude derrotista e insultuosa, não podia deixar uma mensagem de desesperança a todos os meus estimados leitores, pelo que tive que me desenrascar como pude:

    A minha mãe costuma dizer que os anos ímpares são maus.

    segunda-feira, dezembro 27

    Epílogo da Fábula de Natal: toda a gente sabe que a Coca-Cola bebida no Natal faz as pessoas sentirem-se melhor, e de uma maneira geral mais felizes

    Pronto, pronto, não se preocupem. Ele bebe Coca-Cola por isso tudo o resto são migalhas.

    Eu sei que vocês gostam das minhas alusões irónicas à felicidade induzida pelo capitalismo, por isso considerem isto a minha prenda de Natal. E agora já chega de falar do Natal, estou tão farto de escrever sobre isso como vocês de ler. Ah, e então, muitas prendas?

    quinta-feira, dezembro 23

    Fábula de Natal

    Era uma vez um menino muito pobre que não tinha pai nem mãe. O menino muito pobre que não tinha pai nem mãe vivia de caridade, pedindo pelas ruas de dia e recolhendo à Casa do Gaiato de noite. Vestia trapos e passava fome, mas todos os dias conseguia pedir dinheiro suficiente para guardar, porque queria poupar para poder frequentar a escola e um dia ser um grande médico. Com a sua coragem, conseguia suportar os tormentos de ganhar dinheiro suado e de estudar muito e fazer os trabalhos de casa todos. Mas o que lhe custava mesmo era o Inverno, sobretudo a altura do Natal. Via todos os outros meninos a reunirem-se com toda a família e a receberem imensas predas, coisa que ele não sabia como era. E chorava sempre na noite de Natal.
    Um dia, na noite de Natal, enquanto ele chorava, profundamente desgosto com a sua vida, ouviu uma voz chamar por ele. Ergueu a cabeça e viu um anjo pairando sobre a sua cama feita de mantas de retalhos. Assustado, perguntou, exugando as lágrimas:
    - Quem és tu?
    - Eu sou o anjo do Natal - respondeu o anjo. - Estou aqui para te consolar. Porque choras? - A voz do anjo era calma e amiga, inspirando confiança, e o menino muito pobre que não tinha pai nem mãe sentiu-se mais à vontade.
    - Choro porque não gosto do Natal. Não tenho família e nunca recebo prendas - disse ele, baixando a cabeça.
    O anjo aproximou-se dele, flutuando no ar, pôs-lhe a mão no ombro e disse:
    - Tu és um menino muito corajoso e trabalhador. Continua a ser assim dedicado e verás que um dia te tornarás um grande médico famoso e curarás muitas pessoas. Terás a tua própria família e poderás dar aos outros muitas prendas, descobrindo que dar é prazer maior que receber. Agora dorme, petiz, e não te deixes abalar agora porque sabes que serás feliz um dia.
    Os olhos do menino muito pobre que não tinha pai nem mãe encheram-se de esperança e os seus lábios atrapalharam-se num sorriso tímido.
    - Obrigado, anjo do Natal, e adeus! - disse, enquanto o anjo começava a desaparecer no ar acenando com a mão.
    Nessa noite, o menino muito pobre que não tinha pai nem mãe dormiu como uma pedra, e durante os tempos que se seguiram trabalhou como nunca: não recusava uma tarefa que apenas lhe rendesse alguns tostões, estudava com afinco e ia pedir caridade sempre que tinha tempo livre. Nunca o tinham visto assim tão ocupado e empenhado, e durante muito tempo foi essa a sua atitude.
    Com o passar dos anos, o menino muito pobre que não tinha pai nem mãe cresceu, tornando-se num belo e inteligente rapaz. Com muito esforço, conseguiu notas que lhe garantiram uma média de 19 valores para poder entrar em Medicina na universidade. E conseguiu mesmo entrar no seu curso de sonho.
    Mas o que o rapaz muito pobre que não tinha pai nem mãe não sabia era que o dinheiro que tinha poupado durante todos aqueles anos nunca iria chegar para pagar propinas durante 6 anos, fora os da especialidade. Com efeito, após dois anos de frequência da licenciatura o seu dinheiro acabou. O rapaz muito pobre que não tinha pai nem mãe viu-se obrigado a desistir e a arranjar um emprego medíocre, e agora passa o Natal no Centro Recreativo e Cultural do seu bairro a jogar dominó com os velhos. E ainda por cima gozam com ele quando fala, com visível rancor, de um anjo do Natal que lhe apareceu quando era criança e que, segundo ele, era "um cabrão do caralho".

    sexta-feira, dezembro 17

    E nem sequer vou falar do uso excessivo de pontos de exclamação que é para eu não me chatear com vocês!!!!!

    Okay, não tenho tido muito tempo livre para escrever e este blog está no fundo da minha lista de prioridades, bem como a consideração que eu tenho pelos meus "leitores". Mas de qualquer forma, não podia deixar de comunicar a todos os blogosféricos uma mensagem importante que decerto não irá passar ao lado de muita gente:

    As reticências são TRÊS (3) pontos! Não dois, não quatro, mas TRÊS! Quando vejo dois pontos seguidos nunca sei se era suposto ser só um ponto final ou se é uma reticência atrofiada das vossas. E quando vejo quatro pontos fico sempre a pensar se vocês não terão Parkinson*. Uma das primeiras coisas que toda a gente aprende é a contar, mas vocês nem assim. Em todo o caso, vou dar-vos uma ajudinha.

    ...

    Percebido? Não me obriguem a ter que repetir..

    * O que é que foi?

    sexta-feira, dezembro 10

    Man can get a few dimes and Man can get it a few times

    Os Lodger são uma banda finlandesa que faz acompanhar algumas das suas músicas com animações de flash premiadas. O site oficial é este.

    Não precisam de agradecer.

    segunda-feira, dezembro 6

    Do veredicto do Teste da Semana, das rabanadas e do Natal. Bebam Coca-Cola.

    Veredicto do teste da semana: António Sala foi visto por 4 pessoas adquirindo bicos. Supondo que esses avistamentos ocorreram em alturas diferentes, está provada a sua predilecção por esta criação da padaria nacional. Todas as outras hipóteses tiveram alguns votos, mas não as vou comentar porque dá trabalho e não me apetece. E é por essa razão que esta semana não vai haver teste: não me apetece. Tenho mais que fazer. A minha consideração pelos meus leitores é nula, uma vez que uma pessoa que venha ler isto não pode jogar com o baralho todo. Raspas de cenoura? Poupem-me. Vocês têm mais é que ir fazer as comprinhas de Natal, ou julgam que isto o Natal é só enfardar rabanadas e bacalhau?
    Desta vez foram vocês que pagaram o pato: por esta altura do ano sinto liberto sempre o meu rancor acumulado ao longo de todos estes anos por receber sempre um par de pantufas, uma caixa de Ferrero Rocher e As Rosas de Atacama de Luis Sepúlveda. E como se não bastasse ainda tenho que me vestir de Pai Natal para entregar as prendas a toda a família, uma vez que tenho primos novos que acreditam nele e seria o armagedão familiar se eles - coitados - soubessem que o velho gordo é uma farsa. E como o Pai Natal é bonacheirão e divertido, lá tenho eu que rir e mandar bocas e entregar as prendas com um sorriso apesar de serem quase todas para os meus primos putos. Enfim.

    Se alguém da minha família ler isto, eu estou a brincar, hein? Não há nada que eu mais adore do que aquela barba suja a entrar-me na boca e ter de fingir que estive na casa de banho e assim perder mais uma vez, que chatice, a visita do Pai Natal.

    domingo, dezembro 5

    O Zoociedade deseja-vos uma quadra natalícia de acordo com os termos expostos abaixo (se não gostaram esperem só pelo Ano Novo)

    You’re a bum
    You’re a punk
    You’re an old slut on junk
    Lying there almost dead on a drip in that bed
    You scumbag, you maggot
    You cheap lousy faggot
    Happy christmas your arse
    I pray God it’s our last.

    - The Pogues, Fairytale of New York

    quinta-feira, dezembro 2

    Há umas horas atrás aprendi esta lição importante que me irá acompanhar por toda a vida e também estou convencido de que não vos será indiferente

    As três melhores coisas da vida são: um whisky antes e um cigarro depois.
    E hoje foi um dia bom, só falhou uma delas.