• "Um blog do cacete!" - Folha de São Paulo

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    quinta-feira, dezembro 29

    Campanha eleitoral

    sábado, dezembro 24

    Um bom Natal para ti e para os teus

    Por alturas do Natal, acontece um fenómeno que me põe lágrimas nos olhos. Para mim, ninguém enaltece mais o espírito natalício do que os comerciantes. Chegado o Natal, estes senhores decoram o seu estabelecimento com notas de vários valores, coladas com fita-cola à árvore de Natal ou a um simples fio esticado no alto das prateleiras atrás do balcão. Com isto, mais não fazem do que admitir humildemente que o Natal já não é o que era, tendo-se tornado num feriado capitalista, problemática que todos conhecemos mas não admitimos que é impossível lutar contra ela. Ao pendurarem uma singela nota de 5 euros no seu estabelecimento, os comerciantes estão no fundo a transmitir uma mensagem de conformismo acolhedor e paz interior. Quando estamos num café e olhamos interrogativamente para uma árvore carregada de papel-moeda, quase ouvimos o dono dizer, em jeito de justificação

    Não gosto particularmente, mas não sou eu que faço as regras. Sei que a tradição natalícia está adulterada; devia ser um feriado de amor e família e ajuda aos mais necessitados, mas como agora é um feriado capitalista, olhem só o dinheiro que ganhámos hoje.

    enquanto penduram uma nota de dois antigos merréis na árvore e expulsam um pedinte que entretanto entrou no estabelecimento para se abrigar do frio.

    sexta-feira, dezembro 23

    Rolling On The Floor Laughing Out Loud

    - Doc, I can't stop singing 'The Green, Green Grass of Home.'
    - Hmmm, that sounds like Tom Jones Syndrome.
    - Is it common?
    - Well, it's not unusual.

    quinta-feira, dezembro 22

    Conversa de café

    Zoo: Ei, e o Elton John que se casou com outro gajo, viram?
    H: Sim.
    Q: Sim.
    H: Esperto foi o outro gajo. Leva no cu do Elton John mas fica milionário!
    Zoo: Sim, e ele devia ser pobre e tudo!
    H: Tudo bem, mas já viste o que é casar com o Elton John?
    Q: Foda-se, levar no cu do Elton John???
    H: O quê, não levavas no cu do Elton John para seres podre de rico?
    Q: Eh pá... O meu cu vale milhões, percebes?

    segunda-feira, dezembro 19

    Supra-sumo

    significa sumo muito bom?

    quinta-feira, dezembro 15

    A terceira idade segundo uma óptica politicamente incorrecta.

    Agora veio-me aos lábios um daqueles sorrisos maravilhosamente tranquilizadores após um momento de tensão.
    Estava agora para aqui a pensar com os meus botões e reparei numa coisa. Dizem que devemos respeitar os idosos. Respect your elders, não é assim? Se procurarmos uma justificação para este valor moral, encontramos várias: os velhotes trabalharam a vida toda, são fracos, já estão com os pés para a cova, e todas essas coisas que eu também vou fazer quando lá chegar, só com a diferença de que eu vou ser um velho muito moderno porque já tenho telemóvel e sei chafurdar na net.
    Ora, posto isto, questiono os meus ociosos e calões leitores mais jovens o seguinte: quantos de vocês não passaram já por situações em que um adulto abusou da posição de superioridade que se encontrava em relação a vocês? É que eu já tive várias, sobretudo com professores, e mais recentemente com orientadores e formadores e pessoas de várias walks of life, mas todos com a característica comum de serem arrogantes porque Eu já nasci há muito tempo por isso tenho mais experiência de vida, o que se virmos bem é ridículo, uma vez que os tempos mudam de uma geração para a outra, e Se a tua experiência a mais é já teres entrado na menopausa então ó amiga faça favor, mas vá-se lá explicar isto a alguém que só por nos ir dar o 10 de que tanto precisamos ou aquela cunha fabulosa já julga que sabe tudo. Mas hoje passei por uma situação dessas.
    Ora, pensei eu há bocado, quando eu tiver a idade que eles têm agora, portanto, com o "poder" na mão, esta gente que agora me faz a vida negra vai estar velha. Foi aí que sorri. Porque se as pessoas querem ser respeitadas na velhice a coisa lógica a fazer é respeitar quem é novo agora. Lá diz o ditado índio

    We do not inherit the earth from our ancestors; we earn it from our children.

    e eu concordo plenamente, porque nestas coisas da vida e da natureza os índios sabiam umas coisas, apesar de no resto serem uns zeros à esquerda porque um povo que usa mocassins nunca pode ir muito longe, como também acontece com os sapatos de vela e os betos.
    É que, daqui a uns anos, quando um velhinho se virar para mim e me pedir para lhe ceder o lugar do autocarro enquanto se queixa da reforma e das dores nas cruzes, eu - com a memória em situações como a de hoje -, vou dizer

    Azar o teu, amigo, isso é mas é castigo por teres sido um imbecil. Quando eras mais novo desprezavas os putos, agora queres caridade deles? Vai mamar nos velhos agora, anda! Entretanto vais em pé que te fodes!

    e sorrir - como estou a fazer agora só de imaginar isto - ao ver o merdas do velho a estrebuchar vermelho de indignação.

    quarta-feira, dezembro 14

    A garagem do vizinho.

    Como tenho andado bastante ocupado - e aproveito desde para justificar a minha ausência -, tenho tido que acordar cedo, por isso as obras da casa aqui do lado não me fazem diferença. Mas há uns tempos atrás, eu acordava bastante tarde, e o meu sono matinal era destruído por completo pelo ruído da construção adjacente, causado por máquinas e ferros e essas coisas que fazem barulho nas obras. É que aqui ao lado está a ser erigida uma vivenda. O proprietário é um homem que já foi meu professor na faculdade, e era daqueles que leva a camisola ao contrário para as aulas com a etiqueta a sair por baixo do queixo como uma segunda língua com instruções e temperaturas de lavagem e com as calças bem cintadas nos sovacos e por isso era gozado por nós e todos apanhávamos seca nas aulas e eu chumbei mas depois tive 12.
    Até aqui tudo estaria peachy keen se para além de não me ter tirado manhãs de sono, o senhor fosse uma pessoa decidida. Isto porque apesar do meu futuro vizinho ser professor da área de geotecnia e fundações de uma engenharia, a sua nova casa não o deixar adivinhar a não ser que estejamos a falar do muro de suporte enorme que ele tem por trás da casa do qual ele deve gostar tanto que até fez umas escadas de acesso à pequena área que sobrou entre o dito muro e a casa, área essa que não serve para nada a não ser para quando alguem perguntar onde é que aquilo vai dar ele poder responder Isso é para a adega.
    Nessa escadaria o meu vizinho tinha construído um muro que acompanhava os degraus, mas após este estar concluído ele decidiu que não gostava dele, pelo que durante dois dias mandou um pedreiro com um martelo pneumático quebrar aquilo tudo para se poder fazer como ele queria, porque Afinal fica melhor assim, e eu perder sono e paciência com aquele barulho todo. Poder-se-ia pensar que um engenheiro e professor de engenharia tivesse alguma, sei lá, capacidade para ver estas coisas antes de estarem construídas mas posso afirmar que não é o caso do meu vizinho.
    Depois, como a casa é grande demais para o terreno, o professor decidiu que a piscina que tanto insiste em ter, porque Afinal de contas não matei ninguém, será construída no telhado da garagem que por acaso fica colada ao lado da minha casa e como é mais alta que o nosso muro então agora temos dois muros de alturas diferentes.
    E quando começaram a surgir as janelas reparei num pormenor importante, que é o das janelas estarem viradas para as traseiras da casa dele e da nossa que mais não têm que o muro de suporte enorme, enquanto que uma fachada frontal que dá para a rua e até tem uma boa vista - e agradável - sobre a cidade, não possui uma única janela. O professor preferiu uma vista para a nossa cozinha e o nosso estendal, está no seu direito, estamos num país livre e é para estas coisas que serviu o 25 de Abril, para isto e para comprar cravos para pôr nas coisas e para se verem senhores velhos na televisão a dizer que as gerações novas não sabem o que é o 25 de Abril e que não existe consciência política nem coesão estudantil como naquele tempo, em que segundo o que os boatos contam, um estudante universitário com barbicha podia dizer

    E ao senhor só lhe falta a barba

    quando um professor o desafiava dizendo

    Ao senhor para ser chibo só lhe faltam os cornos

    porque nessa altura as pessoas deviam ser, sei lá, estúpidas a este ponto como eu sei que o meu novo vizinho é.