• "Um blog do cacete!" - Folha de São Paulo

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    terça-feira, março 21

    Molho especial

    quinta-feira, março 16

    Sweat pants? We don't need no stinking sweat pants!

    Agora que a Primavera está à porta, já começam a aparecer os dias quentes. Os últimos três dias têm sido tão quentes que já parece Verão. No entanto, hoje já não fez tanto calor, porque eu saí à rua de manga curta pela primeira vez este ano. Em circunstâncias normais, eu ficaria chateado por o calor ter acabado logo quando eu saí de manga curta, mas através da Lei de Murphy aprendi a dar a volta à situação: amanhã levo um guarda-chuva e o bom tempo volta.
    Isto serve para demonstrar que os desígnios de São Pedro são caprichosos, e que os habitantes da Terra, meros peões, têm mais é que se amanhar. É o caso do bico-de-sapato, este pássaro anexo. Apesar do seu porte distinto e olhar altivo, este pássaro adapta-se às condições climatéricas de uma forma curiosa: quando faz calor, o bico-de-sapato caga-se pelas pernas abaixo para se refrescar. Hábito estranho, verdade? Ora, isto levanta várias questões pertinentes: Será que a sua matéria fecal é fria?, Porque quererá ele refrescar umas pernas tão finas em vez do resto do corpo? e Se ele faz isto quando tem calor, o que fará quando tem frio?
    A minha pequenez ignorante pode apenas especular. A Mãe Natureza é burra velha e lá sabe o que anda a fazer. Este truque é bizarro mas deve resultar. Por isso, fica já o aviso: quando os dias quentes regressarem, não passem muito perto de mim.

    quarta-feira, março 15

    A Brokeback Mountain dos pequenitos

    As pessoas que, como eu, apreciam os insectos apenas por terem a característica rara de serem esmagáveis, têm a obrigação de convencer as outras de que deviam pensar duas vezes antes de salvar a vida uma destas criaturas. Veja-se, por exemplo, o caso das moscas-escorpião. Apesar de parecer um insecto nojento e decerto forrado a doenças como todos os outros, a mosca-escorpião possui algumas semelhanças comportamentais com os seres humanos. Passo a explicar: quando uma mosca-escorpião macho quer acasalar com uma fêmea, o que faz é caçar um insecto saboroso - estas "moscas" alimentam-se de outras espécies de insectos - e oferecê-lo à parceira. Se esta aceitar e começar a comer, então o macho

    pimba

    começa a fertilizar os seus ovos. Se considerarmos o facto de que "fertilizar os seus ovos" é um eufemismo criado pelos zoólogos que, como é sabido, não são propriamente Don Juans

    The girls 'Don Juan' anything to do with you

    facilmente concluímos que o que as moscas-escorpião fazem também o fazem os humanos. Quantas histórias não conhecemos de homens que presenteiam mulheres esperando cair-lhes no goto?
    Ora bem, passa-se que os machos das moscas-escorpião têm uma cauda comprida, e as fêmeas não. E há machos que, para não terem que caçar por si próprios, enrolam esta cauda sob a barriga para ficarem mais parecidos com fêmeas e atraírem outros machos, que lhes trarão uma refeição. São portanto os travestis destas moscas. O problema é que com a refeição vem também o lápis afiado do macho engatatão e é aí que a mosca-escorpião torce o rabo...
    A conclusão a tirar é precisamente esta: se hesitarem, por antecipação de problemas de consciência, em esmagar um insecto, pensem que poderá ser um travesti panasca. A vossa decisão irá então basear-se no vosso espírito mais ou menos liberal.

    quarta-feira, março 8

    Rolling On The Floor Laughing Out Loud

    A pergunta que todos os membros da minha geração fizeram, a dada altura das suas vidas, foi decerto esta:

    E se os Simpsons fossem reais?

    Agora* já sabem.

    *É só clicar no link. Burro.

    segunda-feira, março 6

    O ridículo da transmissão por rádio de uma cerimónia de cinema OU Devia era ter acompanhado os prémios Rizzo.

    A entrega dos Oscars é um espectáculo bastante engraçado, sobretudo porque apenas dá uma vez por ano. Se assim não fosse teria o mesmo interesse do Portugal no Coração, visto que também nesta nacional intervenção televisiva se trata de entretenimento, se bem que por vezes haja gente idosa que liga para lá a instruir o público sobre receitas de chamuças e a dureza da vida no eixo Suíça-França-Luxemburgo e a mamar no Tony Carreira porque não têm mais nada para fazer. O que até se compreende porque a reforma é curta e mal dá para os remédios, mas lá deixar de assistir e ligar para estes programas de merda para poupar uns trocos na conta da luz e do telefone é que os velhos não fazem.
    A maioria das pessoas assiste à cerimónia dos Oscars na televisão. Eu ouvi na rádio. A edição do espectáculo hollywoodesco é bastante semelhante nestes dois canais de difusão, mas com algumas diferenças óbvias. A mais importante é o preenchimento dos espaços com efeitos visuais que, na rádio, são um vazio. Na televisão, se aparecer um actor a dirigir-se ao microfone para apresentar o prémio seguinte, a imagem mostra essa acção e o telespectador vê apesar de não ter falas. Na rádio, é como se nada se passasse, pelo que o staff tem que preencher esse vazio da única forma possível: falando. Ora, como os Oscars são em directo, e os locutores gostam de cinema, é lógico pensar que estes senhores quererão prestar mais atenção à emissão da cerimónia

    e eu sei que eles a estão a ver na televisão

    do que propriamente à sua trasmissão hertziana. Portanto, o que acontece é que os locutores ficam com aquele ar vidrado, colados à televisão, e balbuciam calinadas como uma que apanhei ontem, em que um dizia que o Resgate do Soldado Ryan tinha disputado um Oscar com o Chicago - e estes dois filmes foram à cerimónia da academia com 4 anos de diferença.
    E outra coisa que acontece é que, para preencher um destes referidos espaços vazios, os locutores começam a falar, mas logo de seguida um actor também fala e o locutor ainda não acabou a frase que começou. Como deve ir contra os princípios básicos da radiofonia interromper frases a meio, o locutor fala por cima do actor, e não é para traduzir o que ele está a dizer. Não ouvi uma palavra do que se disse ontem na cerimónia, e eu adoro o Jon Stewart! Isto já para não falar das conversas imbecis que os locutores tinham uns com os outros: deve ter sido por estar lá entre eles uma gaja. Os radiofónicos também amam e têm os consequentes impulsos hormonais.
    Digamos em jeito de conclusão que fiquei logo com saudades do Portugal no Coração, mas lembrei-me de que o Malato é também ele um locutor de rádio e deu-me uma tristeza maior do que aquela que dá aos velhinhos que assistem aos programas da manhã quando chegam a meio do mês e concluem que têm que cortar nos comprimidos do fígado para poderem ver os emigrantes lusos, ao telefone lá tão longe no estrangeiro valha-me Deus, a chorar miséria via satélite.