A perspectiva nasal do casamento
Quando o meu pai me disse que queria oferecer um perfume à minha mãe no seu aniversário, fiquei preocupado. Fiquei preocupado porque o meu pai usa bigode, o que o insere automaticamente na categoria de pessoas com gosto duvidoso, e o mau gosto em pilosidade facial pode extrapolar-se para mau gosto em perfumes.
Mas quando o meu pai disse à empregada "Quero oferecer um perfume à minha mulher, que não gosta de perfumes doces" e começou a especificar as características do odor pretendido, fui invadido por uma sensação de admiração. Não sei bem porquê, mas acho que teve a ver com o facto de reparar como o meu pai conhecia bem a minha mãe, e como isso é bonito num casal. E como as pequenas coisas podem ser importantes, sei lá. O que é certo é que, durante um bocadinho, respeitei o meu pai. Mas felizmente tudo voltou depressa ao normal quando o meu pai me disse "Olha, vai corrida a Boss". |
Comentários a "A perspectiva nasal do casamento"
estava tudo a correr tão bem e a coisa encaminhava-se de novo para aqueles momentos - raros e efémeros - em que volto a acreditar na possibilidade de haver de facto homens (pelo menos mais) perfeitos.
mas não. todos iguais.
:) mas é bonito. bonito.