Zoociedadismos
Quando eu era puto, achava que seria uma pessoa culta e informada se soubesse fabricar palavras acabadas em -ismo ou -ista e aplicá-las a assuntos políticos ou da actualidade. Ficava maravilhado quando via em noticiários televisivos alguém a falar de activistas, facilitismo, pacifismo, e outras palavras semelhantes a que eu atribuía um significado abrangente dentro de uma pequena área do Saber reservada para aquela elite mais iluminada que é frequentemente responsável por grandes obras sociais e políticas. Isso transformava palavras relativamente corriqueiras como oportunismo em raridades lexicais sobre as quais apenas essa elite poderia opinar, uma vez que só os seus membros conheciam o método de construção de palavras usando estes sufixos. Hoje, ao fim de tantos anos, pude constatar que essa prática, visivelmente em voga na altura, sofreu o mesmo que qualquer moda: vulgarização. Penso mesmo que já foi ultrapassada a barreira do prostituído, atingindo-se o ridículo com exemplos como este. A falta de classe, a fraca postura de estado e a brejeirice em geral estão presentes em todos os aspectos da política e em qualquer político, por muita seriedade que aparente, parece-me. Se lerem toda a notícia, tudo acabou bem e com distribuição de medalhas no final. Mas que Jorge Sampaio era um condecoracionista já todos sabíamos. |
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