Do escutismo e outras idiotices
Ao observar umas cartas geográficas do exército em que estou a trabalhar, encontrei uma aldeia chamada Pardieiros, que fica lá para os lados da Serra do Açor. Bom, não encontrei a aldeia em si, apenas a sua representação à escala, e se a isso adicionarmos o facto de as cartas estarem em formato digita, o que torna o já impessoal mapa numa amálgama de cores virtual, rapidamente verificamos que não encontrei coisa nenhuma. Mas isso não me impediu de voltar atrás no tempo e recordar uma semana em que acampei lá perto, quando andava nos Escuteiros.
Lembrei-me portanto das tendas montadas no meio do mato, do meu baptismo de Escuteiro, que terminou com uma perna encharcada e uma costela quase partida, da caça ao javali no meio da noite com cascas de melão espetadas em paus, do jogo de pista que nos levou a outras duas aldeias próximas (Monte Frio e Relva Velha, ainda sei os nomes apesar de não as ter encontrado no mapa), do nosso monitor (o Barbas), de um grande amigo na altura que nunca mais vi e agora é advogado em Lisboa, daquela vez que encontrámos umas cuecas de rapariga na tenda dos rapazes, de nos rirmos dos peidos de outro miúdo à noite na tenda, de irmos ao fim do dia falar à família no telefone mais próximo (que ficava num café em Pardieiros), das cantigas à volta da fogueira, e dos meus inocentes tempos de Lobito. Por tudo isso, ao ver "Pardieiros" no mapa, deu-me vontade de parar o que estou a fazer para ir rebolar na relva e brincar numa cabana de madeira. Mas depois lembrei-me que num pardieiro já eu vivo e que já sou labrego que chegue, por isso vou mas é continuar a trabalhar. |
Comentários a "Do escutismo e outras idiotices"
deu-te vontade de parar o que estás a fazer para ir rebolar na relva e brincar numa cabana de madeira???
freud explicaria isso e não seria bonito ;)
andamos todos ao mesmo. josé cid é que sabe. amor e uma cabana.
Não, era mesmo rebolar na relva. A sério, juro.
nããããããããããããão. jura.
Que gay.