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    sábado, abril 30

    A realidade da suavidade da epiderme não é bem "Dove".

    Quando a pele cobre o resto do mundo menos a noite leva-nos com ela. E eu vou. A mão e o pescoço cruzam-se no ombro de seda. E eu toco. Toco ainda sem olhar porque apenas o tacto pode tornar meu outro corpo, e só ele faz percorrê-lo por mim. Só ele o faz suar-me, só ele sente a magia da seda, só ele faz sentir a angústia arrepiante de querer fazer parte do corpo que não é o meu porque não se sente mais do que a pele. E eu sinto. E o ombro é de seda e feito à medida da minha mão côncava.

    Descuido-me e abro os olhos. E vejo-o chamar-me. E eu vou.

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