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    sábado, junho 25

    Eu sou do tempo em que se praticava o bem comprando pirilampos mágicos.

    O efeito de estufa acontece naturalmente. O calor solar chega à Terra sob a forma de radiação em ondas curtas, que são reflectidas pelo solo sob a forma de ondas longas. Na atmosfera terrestre existem gases, chamados gases de efeito de estufa (como o dióxido de carbono e o metano), que são permeáveis a ondas curtas e quase impermeáveis a ondas longas. Estes gases ajudam assim a reter o calor solar na atmosfera terrestre e, se assim não fosse, a Terra seria cerca de 30º C mais fria.
    Ora, pela lógica, se a presença destes gases na atmosfera aumentar, vai aumentar também a retenção de calor solar, bem como a temperatura do planeta. Foi o que aconteceu após a revolução industrial, que desencadeou não só o desenvolvimento tecnológico que se sabe como a subida de carências energéticas e emissões poluentes até então desconhecidas. Desde então, a concentração de gases de efeito de estufa aumentou em mais de 30% e a temperatura média do planeta subiu cerca de 0.6ºC, prevendo-se ainda uma situação bem pior para meados do século XXI. A isto se chama aquecimento global.
    Após reparar que "assim não pode ser", a comunidade internacional decidiu agir, convocando a cimeira do Rio de Janeiro em 1992. As suas intenções louváveis saíram logradas e verificou-se um desinteresse crescente, desde a cimeira do Rio até à de Joanesburgo em 2002, por parte da comunidade internacional que, face ao estado da economia, se coibia de adoptar políticas pró-ambientais que pudessem afectar a actividade produtiva. O protocolo de Quioto também deu poucos frutos, uma vez que o seu carácter não vinculativo permitiu que algumas nações não cumprissem os objectivos estipulados. A subsistência desta iniciativa perigou quando os EUA, um dos países com maior quota de emissões poluentes (se não o maior), decidiu não ratificar o protocolo. Estamos a falar já da administração Bush, evidentemente.

    (Abro aqui um parêntesis para referir que esta mesma administração declarou publicamente que uma das principais causas dos incêndios florestais era a existência de árvores, pelo que, como medida ecológica, decidiu fomentar o crescimento da indústria madeireira. Howdy, pardner!)

    As consequências disto são o aumento da desertificação, a diminuição do solo próprio para a agricultura (que acontece sobretudo em África devido às já elevadas temperaturas; parece que eles lá não têm assim muita fartura as is), o degelo polar, a subida das águas do mar, o aumento da salinidade dos oceanos, a modificação de ecossistemas que levam ao desaparecimento de espécies, enfim, toda uma panóplia de chatices.

    Ora bem. Temos então um problema, quiçá grave, e é chato resolvê-lo porque nos sai do bolso. Tentamos abordar a questão criando uma filosofia de "deitar lixo para o chão é feio mas não dá direito a tautau", que não resulta. Porém, alguém levou o princípio da navalha de Occam ao seu expoente máximo e teve a ideia de levar 600 000 000 pessoas a saltar ao mesmo tempo, em local e altura rigorosamente calculados, para afastar do Sol a órbita da Terra, permitindo baixar a temperatura global (pelo menos até ao próximo salto porque, by God, não se vai deixar de poluir). No site oficial desta iniciativa explicam a base científica (a meu ver duvidosa, mas não é sobre isso que quero falar) e fornecem a hora exacta (precisão ao segundo) do salto em função do local onde o internauta se encontra. Depressa se percebe que toda a gente tem que estar bem coordenada para saltar ao mesmo tempo, pelo que todos os saltitões têm que ter a mesma hora nos seus relógios.

    E tudo isto serviu para perguntar: como é que eles não puseram no site um relógio pelo qual os saltitões pudessem acertar o deles?

    E a merda é que eu tenho que saltar, porque tem que ser. I just gotta.

    Comentários a "Eu sou do tempo em que se praticava o bem comprando pirilampos mágicos."

     

    Blogger Zoo disse ... (4:15 da manhã) : 

    Isto, meu amigo, é muita Fórum Ambiente no bucho!

     

    Blogger Raquel Úria disse ... (10:31 da manhã) : 

    Mas, e apesar de concordar que as bases científicas para o tal Jump são tudo menos credíveis, se lesse com atenção ia ver que eles dizem que todos os participantes incritos receberão uma mensagem na véspera do salto a recordá-los e a informar o acerto horário que deverão fazer. Menos mal, inventam, mas inventam com estilo!

     

    Blogger Raquel Úria disse ... (10:35 da manhã) : 

    O.K., isto era tudo mentira. Mas foi um bonito comentário, ou não foi?

     

    Blogger Zoo disse ... (7:58 da tarde) : 

    Foi muito bonito sim. You got me all misty-eyed.

     

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