• "Um blog do cacete!" - Folha de São Paulo

  • "A resolução que recomendo para a leitura deste blog é 1024 x 768." - Stevie Wonder
  • Powered by Blogger

    quarta-feira, março 15

    A Brokeback Mountain dos pequenitos

    As pessoas que, como eu, apreciam os insectos apenas por terem a característica rara de serem esmagáveis, têm a obrigação de convencer as outras de que deviam pensar duas vezes antes de salvar a vida uma destas criaturas. Veja-se, por exemplo, o caso das moscas-escorpião. Apesar de parecer um insecto nojento e decerto forrado a doenças como todos os outros, a mosca-escorpião possui algumas semelhanças comportamentais com os seres humanos. Passo a explicar: quando uma mosca-escorpião macho quer acasalar com uma fêmea, o que faz é caçar um insecto saboroso - estas "moscas" alimentam-se de outras espécies de insectos - e oferecê-lo à parceira. Se esta aceitar e começar a comer, então o macho

    pimba

    começa a fertilizar os seus ovos. Se considerarmos o facto de que "fertilizar os seus ovos" é um eufemismo criado pelos zoólogos que, como é sabido, não são propriamente Don Juans

    The girls 'Don Juan' anything to do with you

    facilmente concluímos que o que as moscas-escorpião fazem também o fazem os humanos. Quantas histórias não conhecemos de homens que presenteiam mulheres esperando cair-lhes no goto?
    Ora bem, passa-se que os machos das moscas-escorpião têm uma cauda comprida, e as fêmeas não. E há machos que, para não terem que caçar por si próprios, enrolam esta cauda sob a barriga para ficarem mais parecidos com fêmeas e atraírem outros machos, que lhes trarão uma refeição. São portanto os travestis destas moscas. O problema é que com a refeição vem também o lápis afiado do macho engatatão e é aí que a mosca-escorpião torce o rabo...
    A conclusão a tirar é precisamente esta: se hesitarem, por antecipação de problemas de consciência, em esmagar um insecto, pensem que poderá ser um travesti panasca. A vossa decisão irá então basear-se no vosso espírito mais ou menos liberal.

    Comentários a "A Brokeback Mountain dos pequenitos"

     

    Comentar