Guy du Lait: o homem e a lenda
Quando ouço falar da contribuição que tanto político ou personalidade tenta dar no sentido de criar um Portugal melhor (e aqui chamo especialmente à atenção para o episódio compreensivelmente mediático em que Lili Caneças, num laivo de inultrapassável generosidade, ofereceu roupa de marca a pequenas ciganitas), fico sempre sentido ao reparar na ausência imperdoável do nome de Guilherme Leite. Longe de ser apenas mais um nome no elenco dos Malucos do Riso e daqueles programas da manhã que ninguém com menos de 60 anos sabe como se chamam, Guilherme Leite é um nome que reflecte integridade e valores morais. Num desses programas da manhã que ninguém com menos de 60 anos sabe como se chamam, este actor explicou de forma clara e sucinta a sua estratégia de representação. Aludiu ao facto de o excelente humor de prime time que integra os Malucos do Riso não ser válido num programa cujo universo de espectadores se resume aos cidadãos reformados, obrigando portanto a uma reformulação da comédia a adoptar. Guilherme referiu ainda que, assim sendo, procura usar o seu humor como arma de solidariedade para com a população idosa, procurando amenizar a agrura da terceira idade e contribuindo para um aumento da qualidade de vida da população. E, como se sabe, a qualidade de vida não tem preço. Não obstante o facto de se vestir de mulher-a-dias, varredor ou campónio poder criar um estereótipo desagradável, segundo o qual se concluiria que a população sénior “gosta é dessas coisas do povo”, Gui despe o orgulho que decerto o inunda e enverga o traje da populaça com o único intuito de usar a melhor arma de que dispõe – o seu indiscutível talento para a comédia! – para fazer o Portugal egoísta reparar na miséria que é a velhice. Senão, vejamos, depois de uma vida de trabalho, tudo o que nos resta é uma pensão miserável e ver um palerma na televisão? Não acham que a mensagem é clara? Ponham os olhos nisto e, os que puderem, tentem criar um futuro melhor para o país: um país que, no mínimo, não necessite de humor de merda como bálsamo. E já que se fala tanto de globalização e europeização, que melhor maneira de premiar este profeta, este ghost of christmas future, senão com o título honorífico VICOMTE GUY DU LAIT (na devida língua: aquela que estava em voga no século XIX, o mesmo em que vive Gui). Atentem nos exemplos dos heróis nacionais. Senão já sabem: quando se reformarem vai ser a vossa vez! Post elaborado com a "mola" d'O mestre. Obrigado por acreditares que este blog ainda pode ir ao sítio! |
Comentários a "Guy du Lait: o homem e a lenda"
Sim, é ao ver essas coisas que nos apercebemos de como é importante que os ricos façam jantares de solidariedade com caviar e marisco para angariar massa e feijões para dar aos pobres.
Também acredito que este blog ainda pode ir ao sítio. Sempre fui uma pessoa muito crédula.
penso k o k esse site precisava mm era de um design novo (pago a preço de ouro, claro, sabes como essas coisas modernas sao caras)
Fresh (quem mais poderia ser...)
já agora, n tou a ver quem é o leite... expliquem me sff
Aaaah, saudosamente recordo o mestre Guilherme, muito boa gente casou ele! Um sujeito de bom coração, casamentos e apanhados é lá com ele.